domingo, 13 de setembro de 2009

Mulheres de Quarenta "Ganham o Mundo"



“Com filhos ou sem eles, com parceiro ou sozinhas.

As mulheres de 40 ganham o mundo...
Ganham a si mesmas.
E chamam umas às outras:
Veja, veja, quanta coisa nos desafia e nos conforta,
nos expande e nos ensina às vezes nos assusta...
Mas, nos torna mais inteiras.”


Experiência, Segurança e Determinação
- Fazem Delas "Maçãs do Topo da Árvore"


Houve um tempo em que a mulher interessante era a de 30 anos. Naquele instante especial, logo antes – para aquela época – de começar a derrocada, de ela se transformar em uma matrona chata.


A mulher de quarenta anos emergiu há poucas décadas por todo o mundo ocidental. Criados os filhos, consolidado – ou acabado – o casamento permitia-se vôos mais altos, ou revoadas fora do ninho doméstico. Surgiram assim artistas plásticas, escritoras, amantes. Ou apenas mulheres que se descobriam capazes de pensar, trabalhar, viajar. Questionar-se, questionar vida e valores. Algumas num tom lamurioso, outras num tom ressentido, outras ainda alegres ao abrir janelas de possibilidades. Muitas, ainda, não mudando grande coisa, a mesma casa, o mesmo companheiro, os mesmos filhos, as mesmas amigas. Mas dentro de si, um novo olhar sobre tudo isso e o mundo lá fora. Às vezes até um olhar mais amoroso. Amor com mais alegria: O que existe melhor que isso?


A mulher de 40 anos apenas começa a viver. Apenas começa a acumular alguma bagagem de vida; é mais capaz de autoconhecimento, de contemplação das coisas e, simultaneamente, de mais abertura para fora. Olhar o outro sem a toda hora testar: estou linda, estou desejável, estou dentro dos padrões, sou gostosa, pareço inteligente? Ela simplesmente sabe quem é, aceita. suas imperfeições ... Já não se importa tanto e muito menos depende da opinião alheia para saber o seu valor. Poderia até dizer que ela se sente o último biscoito do pacote.


Abrir as asas exige, para ser boa, certa serenidade, um vago equilíbrio, ou cedo as asas vão se derreter ao sol, e a gente despenca, quebrando a cara como não imaginava. Exige certa esperteza boa. A Mulher de 40 anos, a que se preza, é uma bruxa divertida, que voa na sua vassoura turbinada, feliz com a visão que tem quando, lá no alto, gira sobre os telhados e sobre as cabeças.


Nesse vôo que ninguém mais enxerga, em bando, essas belas feiticeiras convocam as de 50, de 60 e de 70 para a viagem da vida que é muito mais do que o habitual e convencional circo de obrigações: ter de ser atenciosa, devotada, gentil, ardente, inteligente (não demais, porque assusta os homens...), boa mãe, boa parceira e profissional, mas não esquecendo o seu lugar. É a viagem, que pode ser só interior, do permitir-se a realização, a alegria – a tristeza também, que ninguém é de ferro. Descobertas e decepções, compromissos, sim, mas sem ressentimento; parceria sem humilhação; gostar de si e cuidar de si com bem mais do que seringas e bisturis: com vida, vida generosamente vivida, ardentemente vivida, delicadamente contemplada, e generosamente partilhada – ainda que às vezes com tanto medo.


Com filhos ou sem eles, com parceiro ou sozinhas, e com essas outras bruxas em suas vassouras de magia e liberdade, as mulheres de 40 ganham o espaço, ganham o mundo, ganham a si mesmas. E chamam uma às outras: veja, veja,quanta coisa nos desafia e nos conforta, nos expande e nos ensina, às vezes nos assusta, mas nos torna mais inteiras, aqui do alto, aqui deste vôo, aqui deste prisma, aqui deste momento nosso.


Agora elas podem contar com outro tipo de inteligência: a inteligência emocional, adquirida ao longo dos anos vividos e suas circunstâncias para decidir se quer alguém pra desfrutar de sua companhia ou não. São definitivamente "maçãs do topo da árvore."


Adaptado por: Janete Moreira.


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