- Rodeios e Vaquejadas: Uma forma lúdica de banalizar a violência
Enquanto o mundo inteiro alardeia os maus tratos a que são submetidos os animais, por aqui cresce desordenadamente o número de adeptos, que cultuam o hábito de maltratá-los.
Fantasiados de caubóis urbanos ou peões boiadeiros saem de suas casas como se fossem a um programa salutar.
Assistir a um show real, onde a dor, o desespero e o medo dos animais são o ápice, é no mínimo monstruoso.
Na verdade os rodeios e vaquejadas, são muito mais do que uma exibição manipulada
do domínio humano sobre os animais mal disfarçada de entretenimento. O que começou no final do século XlX como um concurso de habilidades entre os cawboys se transformou num show motivado por ganância, lucro e crueldade. Sim porque não existe rodeio sem crueldade.Alguns organizadores desses eventos argumentam que:
“Sedém não causa dor, apenas cócegas ou que o animal trabalha por apenas 8 segundos”
Onde estudiosos argumentam que:
"- O sedém (artefato de couro ou crina que é amarrado em volta do corpo do animal - sobre o pênis ou saco escrotal), ao comprimir a região dos vazios do animal, provoca dor, porque nessa região existem órgãos como parte dos intestinos, bem como a região do prepúcio, onde se aloja o pênis do animal. Portanto, o ato do animal corcovear é a comprovação de sua dor e estresse, fazendo com que instintivamente tente se livrar de todos os apetrechos que lhes colocam;
- E que 8 segundos é o tempo que o peão deve permanecer no dorso do animal, porém deve-se lembrar que o sedém e colocado e comprimido tempos antes do animal ser colocado na arena (ainda no brete) e também tempos depois da montaria. Além disso, há declarações de peões de que treinam de 6 a 8 horas diárias, portanto, todo este tempo o animal estará sendo maltratado.”
- Manobras
- Laçada de bezerro: animal de apenas 40 dias é perseguido em velocidade pelo cavaleiro, sendo laçado e derrubado ao chão. Ocorre ruptura na medula espinhal, ocasionando morte instantânea. Alguns ficam paralíticos ou sofrem rompimento parcial ou total da traquéia. O resultado de ser atirado violentamente para o chão tem causado a ruptura de diversos órgãos internos levando o animal a uma morte lenta e dolorosa.
- Laço em dupla/team roping: dois cowboys saem em disparada, sendo que um deve laçar a cabeça do animal, e o outro as pernas traseiras. Em seguida os peões esticam o boi entre si, resultando em ligamentos e tendões distendidos, além de músculos machucados.
- Bulldog: dois cavaleiros, em velocidade, ladeiam o animal que é derrubado por um deles, segurando pelos chifres e torcendo seu pescoço... E por ai vai.
Os abusos e crueldade contra os animais se repetem anualmente. Espaço de tempo mais que suficiente para que os animais racionais reflitam sobre esse costume vergonhoso.
“Brincar” de forma cruel com animais indefesos é uma particularidade comum aos psicopatas, sociopatas e Serial Killer’s, e deleitar-se ao assistir isso é um sinal de distúrbio comportamental que deveria ser mais investigado por profissionais competentes.
Algumas comunidades modificam-se em detrimento desses eventos.
Estudos mostram que comunidades expostas a esse tipo de “esporte” tendem a aumentar seus índices de violência. Jovens com suas personalidades em formação acabam achando que essa é uma conduta normal.
Teimo em lembrar que matar por si só já não é correto, e com requintes de crueldade menos ainda.
Por: Janete Moreira