quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Divisão do Pará - Que Interesses Movem Esse Absurdo


Por: Janete Moreira


Daqui do meu lugar, fico analisando as falácias sobre essa esdrúxula divisão do Pará. Percebo que no país onde nada se cria (no cenário político), mas tudo se copia, simplesmente, resolveram repetir o modelo fracassado das Capitanias Hereditárias (origens da desigualdade na distribuição de terras no Brasil). Essa forma elitista, anarquista e demodê de colocar mais políticos no poder.


É inegável, que a divisão do Pará representará a repartição só da pobreza para a grande maioria, e a concentração de mais riquezas nas mãos de poucos.

Acredito que com essa divisão, passaremos de pobres para miseráveis e de excluídos para esquecidos (principalmente a população da região nordeste do Pará). Suspeito também, que aceitar essa divisão seria como dar um tiro no pé, considerando o pouquíssimo investimento feito pelo governo federal na região Norte ao longo de todos esses anos. Então, permitir a divisão assim como está, seria fazer uma redivisão da pobreza. Pois está muito evidente que esse golpe planejado contra o povo paraense é movido apenas por interesses políticos.


Mas, o que me deixa realmente curiosa são algumas questões práticas como: Quanto vai custar isso aos cofres públicos? Será que se essa cifra, fosse investida nas necessidades básicas da população daquela região, não estaríamos começando a trilhar rumo ao desenvolvimento?


Sabemos também que aonde chega o tão almejado "progresso", chega à devastação. Partindo dessa premissa, gostaria que alguém me dissesse, de que forma será evitada a aceleração da degradação do meio nessa região?


Essas e muitas outras questões me deixam ressabiada quando vejo um político expondo seus "nobres" interesses na divisão de um estado rico como o Pará.


Veja bem, não sou contra o progresso nem os novos tempos. Mas também, não sou alheia à realidade. Percebo pelo urgente interesse político em minha região, que alguns políticos podres podem ficar milionários à custa do erário público com base nesse projeto. O progresso é natural e inevitável, e não seria diferente no nosso estado (mesmo sem dividi-lo) se houvesse um pouco mais de boa vontade por parte dos governantes. Mas, cuidado! Porque se você olhar com lentes cor de rosa, pro discurso dos “divisionistas”, parece ser uma equação do tipo "bom pra todo mundo". Apesar de ser um engodo.


Não sou das que boicotam projetos sociais, mas o slogan de "Terra Prometida" que deve surgir com a divisão, pra atrair sesmeiros, pode chegar a um patamar jamais atingido na história do Brasil. A pergunta é quantas bolsas mais serão criadas pra manter um projeto desse porte? Quanto mais de impostos teremos que pagar pra manter essa politicagem assistencialista e utópica que nossos líderes vem nos infringindo?


Os maiores interessados nessa divisão são os empresários e políticos. Gente que já tem um passado nebuloso no meio político e empresarial e que já devem estar de malas prontas pra extrair o máximo possível - mais uma vez, aliás. Sim, porque isso é só o que essa divisão representa pra parasitas e paraquedistas de plantão.


Portanto, não se permita iludir com belas campanhas de Ordem e Progresso. Isso só serve pra mascarar o vazio de envolvimento e o caráter meramente exploratório dessa corja em nosso estado.


Já disse o Rei Roberto Carlos... "Não sou contra o progresso/ Mas apelo, pro bom senso/ Um erro não explica o outro/ Isso é o que eu penso...".

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