quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Desenvolvimento da Linguagem - O Que Observar no seu filho

Layra minha neta / Foto: Paulo Zildene


O primeiro sinal de comunicação:


A primeira manifestação comunicativa do bebê é o choro.


Quando o bebê desenvolve um melhor controle sobre a respiração, os seus choros começam a durar mais, variando de entonações e as mães são capazes de perceber as diferenças entre um choro de fome e um choro de dor.
Os bebês também fazem chamados sons reflexos, os sons guturais, estalos no céu da boca etc. A partir daí a criança desenvolve toda uma trajetória para o processo de aquisição de linguagem.

Que segundo AZCOAGA (1977) , o processo normal é dividido em 3 níveis:


1) Nível Pré- lingüístico (0 mês a 1 ano)

A criança faz treino vocal, ou seja, utiliza ao máximo o seu aparelho fonador (pulmões, traquéia, laringe, glote, cordas vocais, etc.) através do choro, sucção, deglutição e respiração; e a partir deste trabalho motor-fisiologico irão forma-se os esquemas motores básicos por meio de repetições.

Dos zero aos 2 anos, dá-se o início do jogo vocal que é dividido em duas etapas:


a) Proprioceptiva (até os 6 meses) - O bebê, nesta fase comunica-se através do choro e começa a emitir som de prazer, como os chamados “arrulhos” e os sons guturais posteriores.

b) Proprioceptiva auditiva (6 meses a 2 anos) - Nesta fase, a criança percebe o “feed-back auditivo” e inicia a repetição dos sons que ouve; imita os sons que os outros falam.
Seus primeiros fonemas são os bilabiais: /p/, /b/ e /m/ mais as vogais repetidamente sem controle. Começa o balbucio como /ba/, /ka/, /da/ e vocaliza uma grande variedade de vogais.
Reage a palavras emitidas por outras pessoas. A maioria das palavras são monossilábicas e dissilábicas.

2) 1º. Nível lingüístico (1 ano aos 5 anos)

Divide-se em 4 etapas:

1º.) Monossílabos intencional: (12 meses a 18 meses) -Emissão de sons com intenção, são mais controlados quanto a altura tonal e intensidade. Agrupa sons e sílabas repetidas à vontade, há significado por trás da emissão

2º.) Palavra –frase (até os 2 anos) - Pronúncia da primeira palavra (com significado de frase ) e a utilização complementar de gesto.

3º.) Palavra – justaposta (após os 2 anos) - Usa duas palavras uma pivô, que é o centro da frase e uma palavra aberta que complementa a pivô. Ex.: Meu / papai
aberta/pivô

Nesta fase há um primórdio de sintaxe, ou seja, a criança começa a perceber que existe uma seqüência nas palavras, uma ordenação e organização frasal.

4º.) Frase simples (2 a 5 anos) - Começa a formar frase simples de sujeito mais predicado.
Há uma explosão do vocabulário, com o crescimento de sintaxe, semântica e morfologia.

3) 2º. Nível lingüístico ( 5 a 12 anos) - A criança já deve apresentar o código oral completo.
A presença do sistema fonêmico-fonologico adquirido, apresenta uma rica linguagem interna e tem uma boa elaboração (conta história etc.), usa corretamente adjetivos, adverbio e conjunções.

OBS.: A partir dos 7 anos é a fase de abrangências; a criança só amplia seu vocabulário, geralmente até os 12 anos.


 Características da criança que apresenta um atraso de linguagem: Geralmente, a criança com atraso utiliza o jargão além do normal; tem um vocabulário com poucas palavras; usa muitos gestos; utiliza a fala telegráfica,ou seja, sem adverbios, conjunções etc... ; não apresenta déficit de Q.I., nem orgânico e mostra características da fala primitiva do bebê (emissões sem significado) e não apresenta nenhum tipo de alteração (anato-fisiologica).

 Possíveis etiologias

1) Atraso de linguagem pode desencadear na criança com pais super- protetores, que não deixam a criança interagir com outras crianças e/ou adultos; ou por rejeição ou até abandono dos pais.

2) O processo de atraso pode também aparecer em crianças que vivem num meio pobre (sem estimulação).

3) Fatores constitucionais: ocorre com maior probabilidade em canhotos e aparece mais em meninos.


 Classificação: (4 tipos ou graus):


1) Grau leve: a criança tem um bom prognóstico, pois ela entende tudo o que os outros falam, identifica e reconhece os objetos, somente não nomeia pois tem dificuldade em se expressar verbalmente .

2) Grau moderado: tem a sua fala telegráfica; compreende o que as pessoas falam; fala poucas palavras pois tem muita dificuldade de se expressar.

3) Grau severo: Fala pouco ou quase nada e entende pouco o que as pessoas falam

4) Grau muito severo: Não compreende nada ou emite muito pouco (fala quase inexistente).


Postado por: Janete Moreira

Fonte: 1) JAKUBOVICZ, R. A Gagueira. 4. Ed . Rio de Janeiro:
Revinter, 1992.
2) DINVILLE, C. A Gagueira sintomatologia e tratamento. Rio
de Janeiro: Enelivros, 1993.
3) AZCOAGA, J. E, et alli. Los retardo del linguage en el nino.
1.ed. Buenos Aires: PAI , 1997.



Um comentário:

  1. Estive já por aqui e cá estou outra vez. Belo espaço para as letras e para remover este triste índice de leitura de 2 livros/ano por brasileiro. Na Argentina, são dezoito livros/ano.
    Te convido a conhecer meus romances. Três deles estão disponíveis inclusive para serem baixados “de grátis”, em formato PDF.
    Um grande abraço e boa leitura!
    João Bosco Maia

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