sábado, 10 de outubro de 2009

Violência – Recorrer ou Correr?



Por: Janete Moreira


Diariamente nos deparamos com situações de violência, que nos deixam perplexos com o grau de ousadia dos delinquentes, que com suas armas em punho roubam a nossa paz .

Pior ainda, quando essa realidade chega tão perto da gente a ponto de mudar nossas rotinas.

Não bastasse a fadiga física e mental a que somos submetidos na labuta diária, ainda temos que sofrer dores físicas, fruto da tensão causada pelos constantes confrontos, ameaças anônimas ou não a que nos expomos ao sair de casa.

O que fazer?

Desamparados por uma policia desinteressada em fazer o trabalho a que se propôs, que teima em tentar nos convencer que nós “as vítimas” devemos nos conformar e esperar passivamente, o confronto inevitável se não quisermos encabeçar a lista de vítimas fatais.

Ainda não sei exatamente como melhorar de forma eficaz a minha segurança e daqueles que estão sob a minha responsabilidade, mas pelo menos estou correndo atrás de resolver coisas que estão dentro da minha alçada como: reforçar portas, mantê-las fechadas, levantar o muro, colocar cerca elétrica, pedir ajuda: A polícia... Aos governantes... E finalmente a Deus... Mas, infelizmente nenhuma prevenção é suficiente para que possamos nos sentir realmente protegidos.

Alegam-se motivos variados pra violência gratuita, mas o que tenho observado é que parece que a violência de repente virou moda! Principalmente entre os jovens.

Mata-se por diversão, por um pouco de adrenalina ou simplesmente pra exercitar a crueldade. Não existe uma causa justa pra qualquer tipo de violência. Mas, parece que a violência no Brasil e no mundo é cultural.

As crianças desde tenra idade, já são treinadas pra matar. É comum vermos, pais irresponsáveis presentearem seus filhos com jogos de violência explícita onde o “mocinho” destrói seus adversários com armas fictícias e ainda ganham pontos por isso. Em tempos de globalização, ainda não perceberam que o que separa o virtual do real é só uma tênue linha.

Banalizaram a violência e hoje colhem os amargos frutos.

Mas, de tudo isso, o que me surpreende é ver como a conivência, a passividade e porque não dizer a parceria com o que é considerado contravenção, já se instalou em quase todas as instâncias dos três poderes.

Daí até achar que matar é só uma pequena contravenção é um pulo. Não existe na verdade uma diferença substancial entre crime e contravenção penal, pois o mesmo fato pode ser considerado crime ou contravenção pelo legislador, de acordo com a necessidade de prevenção social. Infelizmente no Brasil, a prevenção ainda é ignorada.

O descaso e a inércia das autoridades competentes, pagas com nosso suado dinheirinho pra nos proteger, me indigna e me leva a um questionamento:

Quem está por nós?

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